Quem sou eu

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Treino forte e rápido queima mais gordura do que exercícios amenos e demorados

Colégio Americano de Medicina do Esporte conseguiu demonstrar que a intensidade do exercício pode superar a duração em matéria de queima de gordura.


Revista Época.com

Enquanto as academias de ginástica prometem resultados de capa de revista e as estatísticas de obesidade no planeta só crescem, a ciência tenta entender por que tanta gente malha, malha e não emagrece. Uma hipótese que tem recebido atenção dos especialistas é que talvez essas pessoas façam exercícios fáceis demais. Diversos estudos nos últimos anos sugerem que economizar na duração do exercício e apostar na intensidade pode ser mais eficiente do que o “devagar e sempre” recomendado pelos órgãos de saúde.

Entre as atividades físicas mais indicadas pelos médicos estão a caminhada, a corrida, a natação e a pedalada, classificadas como aeróbicas, por aumentar o uso de oxigênio na produção de energia. O que normalmente se diz é que, para emagrecer, é preciso fazer esses exercícios por mais de meia hora, pois só depois de uns 20 minutos o corpo passaria a usar a gordura como principal combustível. Mas essa convenção vem sendo contestada. O pesquisador Luiz Carlos Carnevali Jr., que acaba de lançar o livro Exercício, emagrecimento e intensidade do treinamento, diz que essa é uma meia verdade. “Para usar mais gordura durante o exercício, é preciso um esforço prolongado”, diz ele. “Mas, se o esforço for suficientemente intenso, a gordura será usada do mesmo jeito, depois do exercício.” Carnevali sustenta que a prática frequente de esforço físico intenso produz alterações metabólicas que explicam essa transformação.

SEM PARAR 
Terezinha de Oliveira mostra, numa academia de São Paulo, os exercícios que a fizeram perder 13 quilos em dez semanas. Durante 30 minutos, ela intercalava exercícios aeróbicos, como a pedalada, com musculação e ginástica sem intervalos. "Era bem intenso", diz

Mesmo sem se debruçar sobre as explicações moleculares, um estudo publicado em 2008 na revista do Colégio Americano de Medicina do Esporte conseguiu demonstrar que a intensidade do exercício pode superar a duração em matéria de queima de gordura. Divididas aleatoriamente em três grupos, mulheres com obesidade abdominal (circunferência acima de 80 centímetros) fizeram caminhada ou corrida ao longo de 16 semanas. O primeiro grupo se exercitou cinco vezes por semana, com intensidade moderada, em sessões de aproximadamente uma hora. O segundo grupo se exercitou intensamente três vezes por semana, em sessões mais curtas, mas alcançando o mesmo gasto calórico do primeiro grupo (400 calorias) durante as sessões. O terceiro grupo não fez nada. No final, as mulheres que fizeram exercícios intensos tinham perdido muito mais gordura abdominal do que as que fizeram exercícios moderados pelo dobro do tempo (leia o quadro abaixo). A classificação de intenso ou moderado foi dada pela percepção de esforço das participantes no estudo. As mulheres do exercício moderado afirmavam estar ligeiramente cansadas no final da sessão, enquanto as do grupo da corrida puxada diziam estar cansadas ou muito cansadas. Se estivessem usando medidores de frequência cardíaca, o primeiro grupo estaria com batimentos entre 65% e 75% da capacidade máxima e o segundo mostraria batimentos acima de 85% da capacidade máxima.

Quando a intensidade é maior, a duração é inevitavelmente menor, pois os recursos orgânicos disponíveis para manter o esforço simplesmente se esgotam. E essa parece ser a vantagem de trocar a duração pela intensidade. Para o pesquisador Arthur Weltman, da Universidade de Virgínia, um dos responsáveis pelo estudo, a explicação para o efeito emagrecedor do exercício curto e intenso está no período de recuperação. “Não devemos levar em conta apenas as calorias efetivamente gastas durante o exercício”, diz Weltman. “Quando o exercício é intenso, o corpo precisa de muitas calorias para se recuperar. É nesse momento de recuperação que ele queima mais gordura.” Um dos responsáveis por isso parece ser o hormônio de crescimento, que estimula a queima de gordura e cuja produção é aumentada pelo esforço físico. Quanto mais intenso o exercício, mais hormônio do crescimento é liberado. Quando o exercício é moderado, quando não “perturba” o organismo, explica o pesquisador, a recuperação não requer tanta energia.


Foi preciso que Terezinha de Jesus de Oliveira perturbasse muito seu sistema energético para perder 13 quilos em dez semanas. Até então, ela fazia ginástica leve, sem resultados. “Eu fazia as aulas sem suar muito. Se ficasse um pouco cansada, já estava bom”, diz. O quadro mudou quando um professor a convenceu a participar de um programa especial de emagrecimento. Ela teve de suar para valer em circuitos de 30 minutos (metade do que duravam as aulas que costumava frequentar) que intercalavam ciclos de 3 minutos de exercícios aeróbicos com musculação e ginástica. O revezamento mantinha a frequência cardíaca sempre alta. “Era corrido, rápido e intenso”, diz Terezinha. “Eu saía de lá achando que não voltaria, mas acabei gostando por causa dos resultados. Saí da zona de conforto.”

Alguns treinadores apostam no desconforto como parâmetro para suas aulas. Segundo o personal trainer José Alexandre Filho, seus alunos frequentemente são levados a sentir “o coração batendo na traqueia”. “É assim que a gente prepara para uma oxigenação melhor”, diz José Alexandre. Para Julio Cezar Papeschi, dono de uma academia na Zona Norte de São Paulo, as pessoas às vezes vomitam de exaustão e, claro, nem todos se adaptam. Mas a ideia de perder o dobro do peso na metade do tempo tem apelo numa cidade onde sobram tentações calóricas e faltam horas nos dias de todo mundo. “Intensidade é a palavra do momento”, diz o empresário e professor de educação física. “Os alunos chegam aqui com uma cultura de pouco esforço, mas muitos mudam.”

Antes de se aventurar no mundo dos elevados batimentos cardíacos é necessário consultar um médico e avaliar, por meio de exames, o que sua saúde é capaz de suportar. O indicado é começar devagar e intensificar o treino algumas semanas depois, quando o corpo estiver condicionado.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O que é um Corpo Perfeito para você?

Até onde vai a vaidade do ser humano e a influência da mídia na vida das pessoas?


Olá amigos leitores estou novamente aqui após alguns dias sem postagens para tratar de um assunto que inclusive gerou muito interesse e polêmica em minha aula de hoje na academia.
O que é um corpo perfeito para você? Até onde vai a vaidade do ser humano e a influência da mídia na vida das pessoas?
Essa busca incessante pelo corpo perfeito tem deixado milhares de pessoas com graves problemas psicológicos, distúrbios alimentares, anorexia, bulimia, entre outros.
Já sabemos o quanto é importante para nossa saúde em manter uma vida ativa com a prática regular de exercícios, mas isso acaba sendo bem mais complexo e preocupante quando nos deparamos com a influência negativa imposta pela mídia, pela moda e até mesmo por alguns se é que eu posso dizer “Profissionais da Saúde” onde se utilizam de duas palavras extremamente complexas de serem entendidas quando juntas:  Corpo Perfeito.
O conceito de corpo perfeito, na verdade, cada um idealiza a seu modo e preferência pessoal variando conforme o país, o estado e até mesmo de bairro para bairro, renda e classe social. Mesmo porque o modelo propagado é inacessível para a maioria da sociedade.
Cada vez mais a sociedade esta presa a esta ditadura da cultura corporal, pessoas deixam de lado a preservação da saúde para a preservação da beleza, onde agridem seus corpos com drogas altamente prejudiciais e insistem e desrespeitar seus limites e constituições físicas.
Temos que lembrar que o importante é manter seu corpo em pleno equilíbrio, para assim conseguir adquirir a sua perfeição idealizada, sempre respeitando suas características físicas.
Ou seja, corpo perfeito é aquele que esta em pleno funcionamento físico, psíquico e social.

Profº Thiago Julião de Moraes
       CREF 074342-G/SP

domingo, 15 de maio de 2011

Atividade física pode reduzir chances de desenvolver Alzheimer


Um estudo da Universidade de Washington aponta que pessoas que praticam atividade física têm menos chances de desenvolver o Alzheimer. Em seis anos de pesquisa, dos 158 participantes do estudo, 107 desenvolveram a doença. As pessoas que se exercitavam 3 a 4 vezes por semana apresentavam um risco 40% menor de desenvolver o Alzheimer.
A explicação específica do efeito positivo que o exercício físico exerce para evitar a doença ainda não foi detectada. O que se descobriu no estudo é que o exercício físico não interrompe a progressão da doença, mas indivíduos com Alzheimer se beneficiam dos efeitos cognitivos e físicos de um programa de exercícios regular. Outra pesquisa feita com cerca de 4 mil pessoas, de ambos os sexos, descobriu uma redução de 30% do risco de desenvolver a doença de Alzheimer nos indivíduos que faziam atividade física regular.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Obesidade é 'contagiosa' entre amigos e familiares, sugere pesquisa

Pressão social e mudança de comportamento acabam levando o indivíduo a comer cada vez mais até ganhar peso.
 
Veja.com
A obesidade pode ser contagiosa. Segundo estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Arizona, pessoas com muitos amigos ou parentes obesos correm mais riscos de ficarem acima do peso. Isso se deve a fatores psicológicos, que levam a mudanças de hábitos e do comportamento alimentar.

De acordo com a pesquisa, publicada no periódico científico American Journal of Public Health, a amizade com pessoas obesas pode fazer com que se encare o problema como algo natural. Assim, o indivíduo, ainda magro, acaba comendo cada vez mais, até alcançar um corpo similar ao de seus colegas.

Outro fator levantado pela pesquisa é que amigos obesos acabam fazendo uma “pressão psicológica” para que os colegas mais magros comam mais – e engordem. Ainda conforme o estudo, até mesmo a rotina social dos obesos, que valorizam programas gastronômicos ou sedentários, como assistir à TV, pode levar ao ganho de peso.

Para chegar aos resultados, foram avaliadas 101 mulheres e 812 pessoas que eram próximas a elas. Ao analisar o índice de massa corporal (IMC) das voluntárias e das amigas, a equipe de cientistas descobriu que, quanto mais colegas acima do peso uma mulher tem, maiores os riscos dela também se tornar obesa.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Exercício intenso provoca mais queima de calorias após treino

Estudo utilizou "câmara metabólica" para medir o gasto calórico.
Pesquisadora se surpreende com a quantidade de calorias queimadas após os exercícios.
 
Folha.com
 
Dependendo para quem se faz a pergunta, a resposta a esta questão tanto pode ser um dos maiores mitos dos exercícios físicos ou uma das grandes verdades menosprezadas: existe mesmo um efeito de queima de calorias adicionais após a malhação?

É uma questão antiga saber se o metabolismo acelera ou não durante horas após o exercício físico. O tema foi estudado pela primeira vez há um século e, ao longo dos anos, estudo após estudo, a ideia tem sido testada com resultados ambíguos.

Alguns pesquisadores não encontraram efeitos após o exercício. Outros relataram efeitos tão pequenos que mal eram perceptíveis --um deles descobriu que triatletas masculinos queimavam apenas entre 12 e 30 calorias a mais após se exercitarem. Já outros constataram até 700 calorias adicionais gastas depois de uma longa e exaustiva sessão de ginástica.

A última investida vem de uma investigação recente relatada pela publicação "Medicine & Science in Sports & Exercise". A autora principal, Amy A. Knab, da Appalachian State University, afirma que seu estudo é superior aos anteriores em função de um projeto cuidadoso. E os resultados são boas novas mais ou menos.

Knab e seus colegas recrutaram dez homens, com idades entre 22 e 33 anos, que aceitaram passar dois períodos de 24 horas numa câmara metabólica, uma saleta que mede o gasto calórico de quem está dentro dela. Nem todos os homens eram atletas, mas precisavam ser capazes de pedalar uma bicicleta com vigor.

Na primeira visita à câmara, eles tinham de permanecer completamente parados, sentados numa cadeira e movendo apenas os músculos ligados à alimentação introduzida por meio de uma câmara de compressão. À tarde, eles podiam se alongar durante dois minutos por hora. Eles deveriam dormir às 22h30. Às 6h30, eram acordados e dispensados. Em média, os voluntários queimaram 2.400 calorias nesse dia totalmente sedentário.

A segunda visita à câmara acontecia dois dias depois. O processo era o mesmo, com uma exceção. Às 11h, eles pedalavam numa bicicleta ergométrica durante 45 minutos em alta intensidade.

O exercício em si queimou em média 420 calorias, segundo Knab e seus colegas. Só que o mais interessante eram as calorias gastas depois. Nas 14 horas seguintes, os homens gastaram 190 calorias adicionais, aumentando o gasto calórico em 37%. "Foi uma surpresa." A pesquisadora achava que mais calorias poderiam ser queimadas, mas ela não esperava tantas nem por tanto tempo.

Ela suspeita que um dos motivos desse efeito tão pronunciado se deve ao fato de o exercício ser muito intenso. Os homens passaram por um ciclo de 70% da VO2 max, a quantidade máxima de oxigênio que a pessoa pode inalar durante o exercício --um esforço que os faz respirar forte demais para conversar. E eles precisavam manter essa taxa por 45 minutos.

Um estudo diferente, também usando a câmara metabólica, testou os efeitos do exercício moderado e não constatou a queima adicional. Nesse caso, os voluntários se exercitaram a 50% da VO2 max, nível que ainda permite uma conversação.

Claude Bouchard, cientista do Centro de Pesquisa Biomédica Pennington de Baton Rouge, Louisiana, investigou o efeito pós-exercício com métodos convencionais, usando bocal e protetor nasal ou uma espécie de capuz ventilado, para determinar o oxigênio inspirado e o dióxido de carbono exalado. A partir dessas medidas, os pesquisadores podem calcular as calorias consumidas.

Segundo Bouchard, eles descobriram que quando os exercícios são feitos da forma correta (e muitos não o são), calorias extras são queimadas horas após o esforço --mas somente quando os voluntários se exercitavam com a mesma intensidade e durante o mesmo tempo que as cobaias do estudo de Knab. Caso se exercitassem com intensidade maior ainda, queimariam ainda mais calorias.

Um livro recente que Bouchard e um colega editaram comenta dois estudos que constataram o efeito. Os pesquisadores descobriram que se os voluntários corressem a 70% da VO2 max ou pedalassem a 75% dela, eles poderiam queimar entre 300 e 700 calorias adicionais depois do fim do exercício, embora 700 calorias fossem incomuns.

Não está claro por que calorias extras são queimadas depois de um período de exercício intenso, diz Bouchard. Parte do efeito pode se dever ao metabolismo energético após o exercício --o corpo começa a usar mais gordura e menos carboidratos na sequência de uma sessão forte de exercícios. Vários hormônios liberados durante o exercício permanecem elevados no sangue, acelerando o metabolismo. E as calorias adicionais podem ser consumidas quando o corpo reabastece o estoque de glicogênio, o açúcar armazenado nos músculos. Contudo, de modo geral, o efeito continua um mistério.

Seja qual for a causa, garantem os pesquisadores, as calorias adicionais queimadas após o exercício podem ajudar as pessoas a perder peso.

Infelizmente, quem pode perder maior quantidade de peso talvez sofra mais fazendo o exercício que gera a queima extra.

A diretriz usual para a saúde geral é de 30 minutos de exercício moderado na maior parte da semana, o que é possível para a maioria das pessoas e deve melhorar a saúde cardíaca, mesmo que não queime calorias a mais. Segundo Bouchard, "esse é o tipo de exercício moderado que nós recomendamos esse é o alvo".

Por Gina Kolata
Do "New York Times"

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Prática de atividades físicas age diretamente sobre a capacidade pulmonar

Assunto era controverso na literatura médica desde os anos 1970.
Resultados da pesquisa mostram que o pulmão se adapta ao exercício controlado.
 
Correio Braziliense
 
Está comprovado: o exercício físico melhora, sim, a capacidade pulmonar. Parece evidente, mas uma séria controvérsia sobre a questão perdurava na literatura médica desde os anos 1970. A pendenga acaba de ser resolvida pelo Laboratório de Estereologia da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo. Após estudarem os efeitos das atividades físicas com intensidade moderada em ratos, os pesquisadores constataram uma melhora de até 39% da atividade do pulmão. Notícia boa para sedentários, pacientes de bronquite e ex-fumantes.

Para chegar aos resultados, o estereologista Antônio Augusto Coppi conta que trabalhou com dois grupos de ratos. Os primeiros foram exercitados com 60% da capacidade respiratória em esteira ergométrica uma vez por dia, cinco dias na semana, durante 10 semanas. O segundo grupo ficou sedentário no mesmo período. Segundo o pesquisador, foram selecionados apenas animais com aptidão para a corrida e todos tiveram a mesma dieta.

Após 10 semanas, o pulmão foi analisado pela técnica da estereologia — que analisa as imagens em três e quatro dimensões. “Com a estereologia, é possível estimar o tamanho real e contar o número total das células ou de qualquer partícula, o que permite uma precisão muito maior do que a metodologia anterior, que comumente levava o observador a interpretações equivocadas ”, acredita.

Com contagem exata dos alvéolos e da superfície de troca gasosa do pulmão, Coppi percebeu o aumento de 39% no número de alvéolos pulmonares e mais 39% na superfície de troca gasosa dos pulmões. Essa ampliação da capacidade pulmonar, segundo o professor, se dá pelo aumento da quantidade de alvéolos, que são as microestruturas onde ocorrem as trocas gasosas no sangue e o aumento da superfície de troca gasosa do pulmão.

“Essa modificação melhora significativamente os níveis gerais de oxigenação e diminuem os de CO² no sangue, o que significa melhor desempenho físico em geral”, descreve. Outro resultado encontrado foi no tratamento de diabetes melito dos tipos 1 e 2. Os ratos submetidos ao exercício moderado melhoraram a inervação do pâncreas, órgão diretamente envolvido na doença. “A melhora na inervação no pâncreas pode ser o controle da doença, uma vez que o órgão funcionará melhor”, observa.

Com os resultados, os animais treinados tiveram ainda 49% de acréscimo na pressão de oxigênio, redução de 22% na pressão parcial de gás carbônico e aumento de 3% na saturação de oxigênio. Isso quer dizer que houve um aumento dos níveis gerais de oxigenação e diminuição dos níveis de CO² no sangue. “Isso melhora o desempenho físico geral, inclusive nos esforços”, acredita. Em termos gerais, os resultados da pesquisa mostram que o pulmão se adapta ao exercício controlado. “A notícia é um estímulo a mais para pacientes ex-fumantes, com asma, com bronquite ou sedentários”, acredita.

Caso como o de Sinésio Fabiano da Costa Veras, 32 anos, que fumou cerca de uma carteira e meia de cigarros por dia dos 14 aos 25. Cansado dos problemas, resolveu parar e aliou o exercício físico moderado ao novo hábito. “Corria 5km por dia, por aproximadamente 17 minutos. Me sentia mais disposto”, recorda. Após seis anos sem o cigarro, Veras conta não passar pelos problemas respiratórios até então quase rotineiros, como crises de bronquite, falta de ar, pigarro e tosse. Ele acredita que o exercício, aliado à suspensão do cigarro, o fez melhorar. “Com certeza, a corrida ajudou a desintoxicar e a melhorar a minha resistência pulmonar”, sustenta.

Ressalvas

O pneumologista do Hospital Universitário de Brasília Ricardo Martins conta que a controvérsia na literatura médica sobre os possíveis benefícios para a função pulmonar da prática de atividades físicas é embasada nos resultados de exames realizados em centros de reabilitação. De acordo com ele, há médicos que até defendem a possível melhora da função pulmonar em crianças e adolescentes que realizam programas regulares de atividades físicas. No entanto, o mesmo não se verificaria em adultos. “A atividade física não melhora a medida mecânica pulmonar e o transporte de gases que fazemos na prática médica diária com essas pessoas”, afirma. Para Martins, a atividade física melhora a respiração ao aprimorar a condição cardiovascular e ao estimular a utilização do oxigênio pelas células dos músculos.

Segundo Martins, com os equipamentos usados no hospital, a medida da função pulmonar de pacientes com doenças respiratórias crônicas não melhora, mas o desempenho físico, sim. “Um exemplo: fazemos o teste da caminhada de seis minutos antes e depois de submeter nossos pacientes a exercícios de reabilitação respiratória. O desempenho no teste da caminhada da maioria melhora após seis semanas de treinamento. O mesmo não se dá quando fazemos os testes de função pulmonar”, descreve.

Ele ressalta que existem em todo o mundo muitos centros de reabilitação pulmonar que se valem da esteira ou da bicicleta ergométrica para exercitar os pacientes e não se tem notícia da melhora da função pulmonar nesses indivíduos. De acordo com o especialista, a explicação encontrada é a de que a respiração envolve uma interação entre meio ambiente, cérebro, pulmão, coração, circulação e células. O que deve melhorar nesses pacientes é a condição cardiovascular e o uso do oxigênio pelas células dos músculos. Para Martins, é preciso considerar que o trabalho da USP foi feito em animais de laboratório em condições diferentes das encontradas nos pacientes. O mesmo poderia ser dito da metodologia de avaliação de quantificação dos alvéolos, sustenta.

Para o médico, se os resultados encontrados forem comprovados em seres humanos, seria preciso procurar uma explicação sobre o porquê de uma pessoa submetida a exercício não melhorar sua função pulmonar uma vez que tal atividade aumentaria o número de alvéolo, onde se dá a troca gasosa. “Provavelmente, esse incremento de alvéolos poderia estar ocorrendo em áreas de pouca perfusão sanguínea. Um dos elementos necessários para que a respiração se faça de modo adequado é a ocorrência de uma boa relação entre a ventilação alveolar e a perfusão sanguínea”, opina.

Assim sendo, reforçaria a tese de muitos pesquisadores na área respiratória, que defendem que o tratamento de alguns males pulmonares, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema-bronquite), deve aliar medidas que atuem na ventilação e na perfusão pulmonar. No entanto, o professor Coppi explica que, nos animais estudados, é possível afirmar que existe melhora funcional no pulmão, pois além dos aumentos já citados, a equipe estudou a função do pulmão por hemogasometria e encontraram um aumento da pressão parcial de O² (maior ventilação do pulmão) e uma diminuição da pressão parcial de CO², o que corrobora os achados do aumento do numero de alvéolos e da superfície gasosa. “Existe efeito direto do exercício físico no pulmão, sim”, garante o responsável pela pesquisa.

Por Rebeca Ramos