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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Tonificação da musculatura protege joelhos contra dores

Principais tipos de dores nos joelhos estão relacionados às lesões dos ligamentos.
Prática de atividade física com foco errado na intensidade é uma das causas.
 
Jornal a Cidade.com.br
Por Maria Fernanda Rodrigues
 
Maior articulação do corpo humano, o joelho é responsável por suportar grandes demandas físicas, não só em atividades como caminhadas, marchas e corridas, mas também em práticas esportivas. Por fazer a ligação entre o quadril e os pés, tem papel importante na mobilidade corporal, viabilizando movimentos extensores e flexores.

"O joelho é constituído principalmente por duas articulações: a patelafemoral e a tibiafemoral, que funcionam em conjunto, permitindo movimentos simples como agachar ou subir e descer escadas. Essas articulações e seus ligamentos que são responsáveis por sustentar grandes impactos durante exercícios físicos, por isso é tão importante mantê-los protegidos de possíveis lesões", explica Everaldo Vasconcelos, fisioterapeuta especialista em ortopedia.

Vasconcelos também coordena o "Grupo do Joelho", formado por alunos de fisioterapia do Centro Universitário Barão de Mauá e que tem como objetivo auxiliar no tratamento de lesões de praticantes de atividade física e afirma que os joelhos estão entre as articulações mais afetadas na prática de atividades esportivas que exigem deslocamentos e mudanças de direção associadas com velocidade. É o caso do futebol, handebol, basquete e tênis.

Os principais tipos de dores nos joelhos estão relacionados às lesões dos ligamentos e lesões relacionadas à prática de atividade física sem um bom condicionamento físico.

"Os riscos de lesão, no entanto, podem ser menores com ações preventivas que abrangem trabalhos de fortalecimento, flexibilidade e de equilíbrio postural", afirma o fisioterapeuta.

Mas, se mesmo com a prevenção ocorrerem lesões durante a prática física, Vasconcelos recomenda a aplicação imediata de gelo no local e posteriormente uma consulta com um médico ortopedista e tratamento com fisioterapia.

Músculos da coxa fortalecidos

Segundo o educador físico Samuel Paião, da clínica Amarunthus, alguns fatores podem favorecer as lesões nos joelhos, como rompimento dos ligamentos, sedentarismo, uso de calçados inadequados, prática incorreta de atividade física e problemas de cartilagem no caso das mulheres, que possuem estrutura corporal diferente dos homens.

"Os joelhos são estruturados de forma a suportarem mais força do que velocidade. Por isso a alta incidência de lesões durante a execução de exercícios que exigem mudança rápida de direção. Exercícios com a finalidade de fortalecer os músculos das coxas são os mais indicados para proteger essas que são as mais complexas articulações do corpo", explica o educador físico.

Para garantir um bom condicionamento aos músculos que protegem os joelhos é preciso dedicação aos exercícios três vezes por semana. O treino deve começar com o aquecimento e priorizar o fortalecimento dos músculos anteriores e posteriores das coxas.

Dicas para um joelho protegido

:: Durante os treinos de musculação, procure exercitar a musculatura posterior e inferior das coxas de maneira equivalente. A descompensação entre as duas regiões aumenta o risco de lesões.

:: Atividades esportivas que exigem deslocamentos bruscos e mudanças de direção associados a alta velocidade estão entre as principais causas de lesões no joelhos.

:: Para manter a articulação saudável e livre de dores, evite usar saltos altos e finos por longos períodos, prefira o uso de tênis com sistema de amortecimento, principalmente durante a prática de atividades esportivas.

:: No caso de lesões nos joelhos, aplique imediatamente no local uma compressa de gelo. Não utilize bolsas de água quente, isso pode agravar a lesão.

:: Procure um ortepedista especialista em articulações e só retome os treinos após liberação médica.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Padrão cerebral de viciadas em comida é o mesmo de dependentes químicos


Pesquisa sugere que cérebros de pessoas viciadas em comida apresentam os mesmos padrões de comportamento que os cérebros de alcoólatras e viciados em drogas.
“Pessoas que apresentam sintomas típicos de dependência ao comer também parecem mostrar o mesmo padrão de atividade cerebral que nós veríamos em outros vícios” afirma a pesquisadora Ashley N. Gearhardt, da Universidade de Yale.
Para os experimentos, cientistas avaliaram 39 mulheres em uma faixa etária média de 21 anos. Todas tinham um índice de massa corporal acima de 28 (acima do peso) e estavam participando de um programa que buscava ajudar pessoas a adquirir e manter um peso saudável.
Elas participaram de diversos testes para que os pesquisadores conseguissem medir o quão viciadas em comida elas eram, e fizeram ressonâncias magnéticas para estudar as mudanças metabólicas que aconteciam no cérebro enquanto as mulheres interagiam com imagens de milkshakes ou tomavam a bebida.
As áreas mais ativadas dos cérebros das mulheres com o vício estavam relacionadas a tomar decisões, controle de comportamento e o relacionamento entre estímulo e respostas. As áreas menos ativadas enquanto elas tomavam o milkshake era a envolvida em inibição de comportamento, mostrando que essas mulheres tinham menos habilidade em controlar suas ações.
Esses resultados levaram os cientistas a concluir que pessoas que mostram comportamentos sintomáticos de viciados ao comer poderiam ser tratadas de forma mais eficiente com programas para vencer vícios, e não programas tradicionais contra a obesidade.

domingo, 10 de abril de 2011

Fisiologista esclarece diferenças de se exercitar na academia e ao ar livre

Especialista em Fisiologia acredita que cada opção tem suas vantagens.
Corrida, ciclismo e natação são apontados por especialista do Hcor.

 

Quando o assunto é exercício físico, muitos rechaçam a ideia de ir para uma academia, fazer musculação ou enfrentar aulas agitadas em turma. Preferem caminhar em um parque, fazer atividades ao ar livre e respirar ar puro. Mas também há os que preferem se exercitar em locais fechados, com a garantia de que o exercício não será atrapalhado por fatores externos.

O especialista em fisiologia do Sport Check-up do HCor, Diego Leite de Barros, acredita que cada opção tem suas vantagens.

— Em locais abertos, os estímulos visuais proporcionados pelo próprio ambiente acabam sendo uma vantagem significativa, principalmente para corredores e ciclistas. As atividades em locais fechados ou academias são interessantes por possuírem estruturas mais completas, maior variedade de atividades e também pela questão climática —, pondera.

Segundo o especialista, em academias as atividades de fortalecimento muscular, aulas de ginástica e suas variações são mais comuns. Já as atividades em parques e outros ambientes abertos são geralmente voltadas para os treinos aeróbicos, como corrida e ciclismo. Além disso, em locais abertos a chuva é um dos principais problemas, além da exposição ao calor e o frio, por isso, roupas leves e muita hidratação são as principais dicas. Vale destacar a qualidade do terreno que se está exercitando, buracos e guias são uma das principais causas de quedas nestes ambientes.

O prazer de se exercitar ao ar livre ou a praticidade de uma academia? Poder controlar todas as variáveis e manter uma prática regular ou a flexibilidade de horários?

Veja quais são as diferenças de praticar natação, corrida ou ciclismo em ambientes fechados ou abertos.

NATAÇÃO

Local fechado: A piscina coberta oferece conforto e segurança ambiental: é possível nadar em qualquer horário e quaisquer que sejam as condições climáticas. No caso da natação, este último aspecto tem um peso até maior do que nas outras atividades. Treinar em locais fechados possibilita uma prática mais regular e constante.

Local aberto: Apesar de estar sujeita a chuvas e trovoadas, a natação em locais abertos costuma ser mais prazerosa. Quando praticada no mar, em rios e em lagos, por exemplo, envolve paisagens motivadoras, contato com a natureza e sensação de aventura. E, mesmo em uma piscina convencional, a luz natural já é o suficiente para produzir estímulos sensoriais mais agradáveis. “O treino em águas abertas é mais indicado para quem quer desenvolver resistência, enquanto a piscina favorece mais o ganho de força muscular”, explica o fisiologista.

CORRIDA

Local fechado: Como em todas as atividades feitas em locais fechados, correr na esteira significa não ter de se preocupar com as condições climáticas. Em épocas de muito frio ou de calor intenso, é mais aconselhável praticar a corrida em ambientes climatizados, especialmente para quem ainda não atingiu um bom condicionamento físico. A esteira representa um impacto menor do que um piso como o asfalto. Porém, como os movimentos são pouco variados, a chance de causar lesão por esforço repetido é maior do que na corrida feita em ruas ou em parques. A possibilidade de controlar o tempo todo variáveis como velocidade, batimentos cardíacos ou inclinação do piso facilita a supervisão do treino.

Local aberto: A luz natural e a diversidade da paisagem fazem com que a corrida ao ar livre seja mais estimulante. Além do prazer, mobiliza algumas funções cerebrais como a concentração e a atenção - na esteira, há mais chance de os movimentos serem feitos de forma mecânica, com pouca consciência do trabalho corporal que está sendo realizado. Em locais abertos, a troca de oxigênio e gás carbônico é maior. Pode ser bom para quem tem problemas respiratórios, mas, em épocas e locais de muita poluição, passa a ser uma desvantagem. Não é recomendável correr quando o sol está forte, mesmo nos horários considerados mais seguros para a exposição ao sol, é indispensável o uso de protetor solar.

CICLISMO

Local fechado: Na bicicleta estacionária, podem ser obtidos bom condicionamento cardiorrespiratório e grande gasto calórico com segurança - não há risco de quedas ou acidentes de trânsito, por exemplo. O ambiente fechado também oferece segurança climática. Porém, é comum o praticante não colocar tensão no pedal, o que pode gerar movimentos de forma desorganizada, aumentando a chance de lesões no joelho. O chamado ciclismo "indoor" pode ser praticado por iniciantes e até mesmo por quem não sabe andar de bicicleta e dispensa equipamentos como capacetes ou óculos.

Local aberto: No ciclismo ao ar livre, o fator vento é determinante. Além de dificultar a pedalada, é um dos responsáveis pela sensação de prazer relacionada a essa atividade. Por outro lado, ventos muito fortes podem ser impeditivos à prática.

Pedalar na rua implica desvantagens climáticas (chuva, frio ou calor excessivos), maior exposição à poluição atmosférica e problemas em relação ao tráfego, principalmente. Estes últimos podem ser contornados quando se pedala em ciclovias ou parques, mas a atividade exige sempre o uso de equipamentos de segurança e requer certo preparo. Andar de bicicleta em espaços abertos exige mais trabalho dos músculos abdominais, fundamentais para manter o equilíbrio do ciclista

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Pessoas que têm cachorro se exercitam mais, diz pesquisa

TARA PARKER POPE
DO "NEW YORK TIMES"

Se você procura a última palavra em equipamentos de exercício domésticos, considere algo com quatro pernas e um rabo que balança.
Vários estudos mostram que cachorros podem ser grandes motivadores para que as pessoas se mexam. Seus donos não apenas têm maior tendência a fazer caminhadas regulares como também novas pesquisas apontam que quem anda com um cão é mais ativo de forma geral comparado às pessoas que não possuem um.

Kevin Moloney/The New York Times
O cão Frisco corre a frente do grupo de corrida do dono, no Colorado (EUA)
O cão Frisco corre a frente do grupo de corrida do dono, no Colorado (EUA)

Uma pesquisa descobriu inclusive que as pessoas mais velhas têm maior tendência a fazer caminhadas regulares se o companheiro de passeio for canino em vez de humano.
"Você precisa andar e seu cachorro também", diz Rebecca A. Johnson, diretora do centro de pesquisas da interação homem-animal da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade do Missouri. "É bom para os dois lados da guia".
Na semana passada, pesquisadores da Michigan State University relataram que, entre os donos de cachorros que levavam seus bichos para caminhadas regulares, 60% atendiam ao critério federal de exercícios moderados ou vigorosos. Quase metade das pessoas que caminhavam com seus cães se exercitava uma média de 30 minutos por dia, pelo menos cinco dias na semana.
Em comparação, apenas um terço das pessoas sem cachorro se exercita nessa intensidade.
Os pesquisadores monitoraram os hábitos de exercícios de 5.900 pessoas no Michigan, incluindo 2.170 donos de cães. Eles descobriram que cerca de dois terços das pessoas com cachorro levavam seus animais para caminhadas regulares, definidas como passeios de pelo menos dez minutos.
Ao contrário de outros estudos que analisam caminhadas e o fato de possuir cachorro, este também monitorou outras formas de exercício, buscando responder ao que o principal autor, Mathew Reeves, chamou de pergunta óbvia: se caminhar com o cão "acrescenta uma quantidade significativa de exercícios ou isso simplesmente substitui outro exercício que você teria feito".
Segundo Reeves, professor associado de epidemiologia da Michigan State, as respostas foram animadoras. As pessoas que caminham com seus cães tiveram, no geral, níveis mais altos de atividade moderada e vigorosa do que outros participantes. Além disso, elas tiveram maior tendência de participar de outras atividades físicas no seu período de lazer, como esportes ou jardinagem. Em média, foram cerca de 30 minutos por semana a mais do que quem não possui um cachorro.
Reeves, dono de dois mestiços de labrador chamados Cadbury e Bella, afirma não ter se surpreendido. "Há exercícios que são praticados lá em casa que não seriam feitos de outra forma", diz. "Nossos cães exigem que os levemos para passear às 22h, quando é a última coisa que queremos fazer. Eles não nos deixam em paz até que façam seu passeio".
Mas ter um cachorro não garante atividade física. Alguns donos do estudo não saíam para passear com seus cães e se exercitaram muito menos no geral do que quem caminhava com o cachorro ou não tem o animal.
A prática de passear com o cachorro foi mais predominante entre pessoas jovens e instruídas. Donos com idades entre 18 e 24 anos tiveram duas vezes mais probabilidade de caminhar com seus cães do que aqueles com mais de 65.
Pessoas com nível superior de ensino também tinham o dobro de chances de sair para passear com seus cachorros em comparação àquelas com menos instrução. Animais mais novos saíram mais para passear do que os mais velhos e os maiores (de 20 kg para cima) caminharam maiores distâncias do que os menores.
Os pesquisadores pediram aos donos que não saíam com seus cachorros para que explicassem o motivo. Cerca de 40% disseram que os bichos poderiam correr livres pelo quintal, então não precisavam sair, enquanto 11% dos pesquisados contrataram serviços de passeadores de cães.
Cerca de 9% disseram não ter tempo para sair com o cachorro e outros 9% disseram que os cachorros se comportavam muito mal ao saírem para passear. A idade do cão ou do dono também teve um efeito: 9% das pessoas disseram que o cachorro era velho demais para passear, enquanto 8% disseram ser velhas demais para levar um cão para passear.
"Muito mais passeios poderiam ser feitos", disse Reeves.
E a pergunta que continua é se ter um cachorro incentiva a atividade regular ou se quem é ativo e saudável simplesmente tem maior tendência a adquirir um cachorro como companheiro de caminhadas.
Estudo australiano de 2008, realizado no estado de Austrália Ocidental, trabalhou essa questão quando acompanhou 773 adultos que não tinham cachorro. 92 deles, ou 12% do grupo, haviam adquirido um cão após um ano. Ter um cachorro aumentou o tempo médio de caminhada em cerca de 30 minutos por semana, em comparação às pessoas sem cães.
Porém, em análise mais detalhada, os novos donos de cachorros eram bastante sedentários antes de adquirir o cão, caminhando cerca de 24% menos do que outras pessoas sem o animal.
Os pesquisadores descobriram que uma das motivações para adquirir um cachorro era o desejo de fazer mais exercícios. Antes da aquisição, os novos donos cronometraram uma média de 89 minutos de caminhada semanal, número que aumentou para 130 minutos semanais pelo fato de ter o cão.
Uma pesquisa com 41.500 moradores da Califórnia também analisou os hábitos de caminhada entre donos de cães e gatos, assim como os hábitos de pessoas que não possuíam animais. Donos de cachorros tiveram tendência 60% maior de caminhar por lazer comparados às pessoas que tinham um gato ou nenhum animal de estimação. Isso se traduziu em 19 minutos adicionais de caminhada por semana, em comparação a indivíduos sem cachorros.
Um estudo realizado no ano passado na Universidade do Missouri mostrou que, para fazer exercícios, cães são melhores companheiros de caminhada do que humanos. Num estudo de 12 semanas com 54 idosos numa casa de repouso, alguns selecionaram a companhia de um amigo ou cônjuge para caminhar, enquanto outros tomavam um ônibus diariamente para um abrigo local de animais, onde recebiam um cachorro para passear.
Para surpresa dos pesquisadores, quem caminhou com os cães teve melhora mais acentuada na capacidade física. A velocidade de caminhada entre os que andaram com o cachorro aumentou em 28%, comparado a apenas 4% entre os que passearam com humanos.
Johnson, principal autora do estudo, disse que as pessoas que caminharam com outras pessoas reclamaram do calor e conversaram umas com as outras durante os exercícios, mas aqueles que caminharam com cachorros não apresentaram essas desculpas.
"Eles ajudam a si mesmos ao ajudar o cachorro", disse Johnson, coautora do novo livro "Walk a Hound, Lose a Pound", a ser publicado em maio pela Purdue University Press. "Se temos um compromisso com um cão, isso faz com que nos comprometamos com a atividade física".